The Umbrella Academy retorna com mais problemas de família

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

A segunda temporada de The Umbrella Academy estreou dia 31 de julho, na Netflix, para acalmar os fãs. Trazendo os sete irmãos Hargreeves de volta em sua jornada para o desconhecido após o mundo acabar em 2019, a trama mostra que cada um dos protagonistas foi parar em um momento diferente dos anos 60 em Dallas, no Texas.

A missão deles é (ou não) impedir o assassinato do presidente John F. Kennedy, mas a situação acaba se transformando em algo muito mais complicado. A adaptação dos quadrinhos de Gerard Way (vocalista do My Chemical Romance) e Gabriel Bá (quadrinista brasileiro) chama a atenção porque não é uma série tradicional sobre super-heróis e sim sobre adultos cheios de problemas acumulados desde a infância que, por coincidência, possuem poderes.

Ao chegar no sul dos Estados Unidos cada irmão precisa enfrentar sozinho os dilemas da época e cabe a Allison (Emmy Raver-Lampman) lidar com uma parte dolorosa da história estadunidense: a segregação entre brancos e pretos. Apesar dos episódios terem sido gravados em 2019, o tema de violência policial e o papel da comunidade afro-americana se torna ainda mais atual.

Já Vanya (Ellen Page) sofre um acidente de carro, perde a memória e vai morar em uma fazenda. Klaus (Robert Sheehan) cria acidentalmente um culto e Ben (Justin Min) fica sem saída tendo que ajudá-lo. Enquanto isso, Diego (David Castañeda) vai parar no hospício porque ninguém acredita em suas palavras, e Luther (Tom Hopper) se torna o guarda-costas de um gângster misterioso.

Tudo muda quando Cinco, finalmente, aparece três anos depois do primeiro Hargreeves, descobre que o mundo vai acabar novamente e que há chances de o novo apocalipse ter sido criado com a chegada dos irmãos em Dallas.

Daí em diante o roteiro explora a viagem no tempo através das falhas de cada personagem e os permite amadurecer depois de anos apontando dedos um para os outros. Claro que o espectador continua com a eterna pergunta: “se eles são tão inteligentes por que vivem fazendo tantas escolhas e decisões burras?”. Esse deve ser o maior mistério de todos.

Gerard Way continua no seu papel como produtor e responsável por escolher a trilha sonora que ajuda a dar mais vida a essa produção. Mesclando sucessos clássicos (“Won’t Be Long”, da Aretha Franklin) com hits pop (“Everybody”, do Backstreet Boys) e covers de singles atuais (“Bad Guy”, The Interrupters), o músico cria um ambiente perfeito para desenvolver cada uma das cenas.

O final foge do previsível, exceto para aqueles que criam mil teorias enquanto assistem, tenta se atentar para todos os detalhes e possíveis nuances, deixando a obra aberta para mais uma temporada.