“A Maldição da Mansão Bly” divide opinião dos fãs de terror

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

Em 9 de outubro, a Netflix liberou a aguardada série de terror “A Maldição da Mansão Bly”. Apesar de ser a continuação de “A Maldição da Residência Hill”, essa segunda temporada não está conectada à trama da obra lançada em 2018. Mesmo assim aproveita alguns dos talentos da produção anterior que acabaram caindo no gosto dos fãs.

A premissa da “Mansão Bly” é simples e direta. Uma jovem tenta fugir de seu trágico passado atravessando o oceano e acaba tomando conta de dois órfãos em uma casa um tanto quanto estranha na Inglaterra. Claro, que ela acaba ficando um pouco paranoica quando começa a suspeitar que a supracitada residência está mal-assombrada. Mal sabia ela o que esperar!

Interpretada pela talentosa Victoria Pedretti, a protagonista Dani vive o presente e o passado em cenas que levantam muitas hipóteses e oferecem poucas respostas até seu fim. Ela, além de notar que as crianças se comportam de maneira peculiar, percebe um homem que fica espreitando pela janela do lugar. Afinal, ser sensata é algo bom!

Porém, o homem se encaixa na descrição de um empregado que acabou sumindo misteriosamente após trair a confiança de seu patrão. Pouco a pouco, a jovem entende que muitas coisas estão erradas dentro daquele ambiente e, mesmo inquieta com tudo, não consegue partir.

No entanto, o maior personagem é, de fato, a Mansão Bly, sua história e os inúmeros fantasmas que não querem ficar a sós naquela propriedade. E é por isso que a trama da história acaba por assustar menos os espectadores – até porque essa não era a intenção dos produtores quando desenvolveram o enredo inspirado no livro “A Volta do Parafuso”, de Henry James.

Enquanto “Residência Hill” foi criada para impactar e aterrorizar muito mais com muitos sustos, o novo programa aposta na emoção ao apresentar uma espécie de romance gótico. A grande piada na internet foi que a Netflix prometeu inúmeros gritos e, na verdade, todos ganharam lágrimas.

O problema é que algumas pessoas questionaram nas redes sociais quando a trama, finalmente, engataria e começaria a ficar interessante. Outros concordaram que, por ser uma proposta diferente, essa temporada tinha seu próprio carisma. E, claro que entre reclamações e elogios, os memes acabaram tomando conta do Twitter, do Instagram e do Facebook durante a semana inicial e as que se seguiram.

No fim, a Netflix pode ter dividido opiniões, mas foi através delas que o engajamento da série aumentou! Seja para aqueles que ficaram curiosos, querendo tirar suas próprias conclusões, ou para os outros que preferiram revisitar a “Residência Hill”.

Por que as marcas estão se tornando Publishers (e você deve fazer o mesmo se puder)?

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital

Quase todo mundo hoje em dia é um tipo de escritor. Graças às redes sociais e aos blogues muitas pessoas se sentem confortáveis para expor suas ideias, suas histórias. Ao mesmo tempo, do outro lado, está a audiência que consome todo esse conteúdo produzido. E esse público que consome conteúdo se interessa pelo que lhe agrega valor, faz sentido, surpreende, encanta, faz sentir. Quando existe a comunicação entre o que é dito de um lado e o que é esperado do outro, as pessoas começam a ser influenciadas sem perceber, afinal, o processo de identificação e de confiança foi estabelecido.

E nessa conjuntura que se formou, as marcas têm um grande espaço a explorar. Empresas precisam aprender a desenvolver o pensamento de um editor, a ganhar a atenção do consumidor sendo menos marca e mais editor. Mesmo que seja preciso capacitar as equipes internas e escolher os parceiros certos para o desenvolvimento de conteúdo assertivo. É desafiador? Sim, mas tanto na vida pessoal quanto nos negócios não se ganha muito ficando em zonas de conforto, certo?

Muitas empresas há anos desenvolvem o conceito de marketing de conteúdo, compartilhando informações valiosas com seu público, para atrair atenção, gerar leads, concretizar vendas e construir a credibilidade da marca. Mas qual é a diferença entre fazer o marketing de conteúdo e o brand publishing? Será que qualquer empresa pode usar a estratégia de brand publisher? Bom, não é tão simples assim.

Brand-Publishing-by-IMPACT
Brand Publishing by IMPACT

As brand publishers são as empresas e marcas que enxergam no conteúdo um produto. O conteúdo em si é um negócio, com capacidade de gerar um alto volume de receita. No entanto, construir narrativas consistentes, reunir imagens e vídeos significativos, criar subprodutos que se relacionem e conquistem o público leva tempo, o sucesso não acontece da noite para o dia. Por isso, para que essa estratégia possa ser implementada dentro de uma empresa, é necessário que ela esteja equilibrada, organizada e financeiramente tranquila. Se não, é melhor optar por um modelo de parceria com agências que desenvolvam essa abordagem.

Eu poderia citar diversos cases de sucesso de empresas que utilizam muito bem o conteúdo, mas vou falar apenas das três brand publishers que mais me chamaram a atenção nos últimos anos. Uma delas é a americana Away, uma empresa de bagagens que vende muito mais do que malas desde 2015. Ela criou um podcast de viagem e uma revista on-line, um guia gratuito (Here) com fotos e dicas de viajantes, e ainda vem mais subproduto ano que vem.

Quando a conheci, naveguei pelo site por um bom tempo. Não só para analisar, mas porque me chamou a atenção mesmo. Olhei as malas (bonitas), fui para a página do Here, li sobre as viagens, senti vontade de conhecer diversos lugares. Gostei da experiência no site e seria uma cliente, se precisasse de uma mala. Mas, certamente, tudo o que a Away posta tem um propósito. Ela induz a experiências não ligadas diretamente à marca, mas que impulsionam a venda de suas malas e bolsas. Ela se tornou tão queridinha nos EUA e na Europa, que ganhou o apelido de “o vestidinho preto” das malas (mulheres entenderão :P) pela revista People em 2017.

Outro bom exemplo é a americana Kraft, uma das maiores no ramo de bebidas e alimentos do mundo. A empresa está presente em 98% dos lares nos EUA, começou sua estratégia de publicação há 24 anos e aproveita o conteúdo que produz para entender seus clientes. São longos anos de relacionamento, de conquista mantida, de criação de muito conteúdo de qualidade e consistência.

Por fim, a austríaca Red Bull. A empresa vende apenas um tipo de produto, mas soube aproveitar como poucas os benefícios do conteúdo bem produzido. Com a criação, em 2005, da The Red Bulletin, plataforma que reúne revista on-line, produções de vídeo etc., a Red Bull vinculou seu produto a temas que fazem parte do gosto da grande maioria da população mundial: saúde, viagem, aventura e cultura. Entrou no mercado de patrocínio de atletas e equipes, e consegue inspirar, despertar emoções, instigar e brincar com certas ideias por meio do slogan “Te dá asas”.

Os cases acima são fantásticos e servem de reflexão para empresas que precisam se reinventar. Cada vez mais as marcas estão sendo levadas a pensar em conteúdo e na sua divulgação, a dar atenção especial ao relacionamento que ele ajuda a criar, aos benefícios emocionais e financeiros que ele traz quando bem construído. Se uma empresa cria uma boa estratégia de relacionamento entre marca e público, ela se torna relevante para o consumidor. E, em um momento em que cerca de 70% das marcas poderiam desaparecer sem fazer a mínima falta (pesquisa da Havas), é fundamental repensar estratégias e cuidar bem do que foi conquistado. 

Fall Guys conquista legião de fãs e lança atualização

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

Quem poderia dizer que bonecos de 183cm usando lycra colorida e participando de uma corrida maluca muito parecida com as “Olimpíadas do Faustão” faria sucesso entre os gamers em 2020? Fall Guys é isso e um pouco mais, afinal são 60 competidores tentando conquistar o prêmio máximo – uma coroa – ao mesmo tempo.

Lançado em 4 de agosto exclusivamente para o Playstation 4 e Microsoft Windows (pela Steam), o jogo tomou conta das redes sociais por ser simples e também dar uma certa dor de cabeça. O jogador precisa superar obstáculos e cruzar a linha de chegada antes dos outros para conseguir chegar a próxima etapa – geralmente são quatro ou cinco.

A cada mudança de nível, o número de rivais vai diminuindo e o usuário também pode contribuir dando aquele empurrãozinho no adversário para ele cair e morrer de vez. Quanto menos sobreviventes maior fica a chance de ser coroado vencedor, então é claro que cada disputa acaba sendo diferente da anterior – basta lembrar que o ser humano é imprevisível e cada um pensa diferente.

Só que os minijogos começaram a ficar repetitivos, pois no lançamento inicial foram liberados poucos para analisar o público, conhecer as preferências e, o principal, confirmar se haveria demanda, afinal aquela era a primeira temporada.

Em 8 de outubro chegaram as novidades com a atualização intitulada “Medieval Knockout”. A segunda fase do jogo apresenta uma temática da era medieval ao colocar para venda na loja roupas de duquesa, algumas de aldeões, cavaleiros, dragões, bruxas, magos e até um conjunto muito parecido com o que Shrek usa em seus filmes – só que nesse caso com orelhinhas pontudas.

Uma mudança é que uma tela de seleção deixa os gamers escolherem qual a modalidade preferem participar: Show Principal – que é a forma tradicional de se jogar, onde os personagens correm para chegar ao final e conquistar a coroa – e Prova de Obstáculos – os Fall Guys precisam superar uma série de obstáculos, um atrás do outro sem intervalos.

Não só isso, eles inseriram nas fases uma trilha sonora típica e acrescentaram novos rounds que parecem atender aos intensos pedidos dos fãs: serem ainda mais complicados que os anteriores. E para eles não ficarem cansados tão cedo, os produtores revelaram que em poucos dias vão divulgar outras surpresas já que a temporada termina em 60 dias.

Outro ponto positivo é que agora o jogador não precisa mais ver seu personagem sozinho na tela de carregamento. Se estiver com amigos, eles vão fazer companhia ao seu avatar enquanto caem do céu. Agora é apertar play e torcer para não cair no time amarelo – conhecido por ser azarento e só perder.