As campanhas de marketing e as vacinas contra Covid-19

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital
Foto: Freepik

As notícias de algumas vacinas já aprovadas e sendo usadas contra a Covid-19 são mesmo fantásticas. Ainda mais levando-se em conta o tempo recorde de desenvolvimento e pesquisa em que a indústria farmacêutica realizou todo o processo. Mas a luta está apenas começando, já que parte da população mundial está seguindo o movimento antivacina. O que será que faz pessoas – que provavelmente foram vacinadas na infância – desacreditarem dos benefícios das vacinas? Algum contexto religioso ou cultural em relação aos seus ingredientes? O que mais desafia o fim da pandemia? E o que as agências de marketing podem fazer para incentivar a população a se vacinar?

No ano passado, a OMS ranqueou a escolha por não tomar vacinas entre as top 10 ameaças à saúde global. Uma pesquisa recente da Ipsos Mori sobre a Covid-19, feita em 15 países, revelou que a negação da vacina alcança, em média, 27% da população mundial. A pesquisa mostra ainda a queda na intenção de vacinação, entre agosto e outubro de 2020, em países como China, Brasil, Austrália e Espanha.

Esse cenário evidencia que o esforço de alguns governos e agências de saúde em informar e explicar a importância da vacinação pode não ser suficiente. Alguns estudos sugerem que apenas 60% da população mundial de fato tomaria a vacina contra o Coronavírus, mas especialistas dizem que, para acabar com a pandemia, 70%, no mínimo, deve ser vacinada.

Entretanto, outro desafio à vacina é a própria indústria farmacêutica. Sem dúvida, a necessidade de uma vacina contra o Covid-19 provocou uma corrida pela vida, mas também por rentabilidade e exposição da marca. Para tentar minimizar a tensão em cima de como as farmacêuticas ganham dinheiro, a Pfizer lançou a campanha “Science will win” (A ciência vai vencer), que mostra funcionários trabalhando noite adentro, tendo o narrador ao fundo dizendo que “a comunidade científica global está trabalhando em conjunto para vencer isso. Quando a ciência vence, todos nós vencemos.”

Ao mesmo tempo em que a ciência faz a sua parte, muitas agências de marketing que atuam em saúde estão trabalhando junto à OMS em estratégias de comunicação que incluem storytelling e influenciadores, desde celebridades do cinema e do show business até os digitais. Por meio de pessoas em quem o público confia, as campanhas tentam incentivar a vacinação e sensibilizar para a necessidade de lavar as mãos e usar os produtos para higienização corretamente. Um trabalho cuidadoso, para comunicar da melhor maneira o que deve ser feito.

Pesquisas indicam que, com as medidas de higiene adotadas até agora, já houve redução nos registros de contaminação por bactérias e pelo vírus da gripe. Logo, se as vacinas contra o Coronavírus estiverem disponíveis globalmente, o fim da pandemia vai depender da escolha das pessoas de tomarem ou não. A vacina é um produto. E é por isso que a indústria está aprendendo a tratar o indivíduo não como paciente, mas como consumidor, que escolhe o que acha melhor para si próprio.  

Para que a campanha de vacinação funcione, a abordagem deve fazer entender que a vacina é essencial para o bem-estar coletivo, não só individual. Faz parte do que chamam de medicina preventiva, quem toma não está doente, mas toma para evitar pegar uma doença e sentir as sequelas, e transmitir aos outros. Foi assim durante séculos de vacinas bem-sucedidas, que erradicaram doenças gravíssimas do mundo. Porém, as vacinas só funcionam quando grande parte da população as toma. E as pessoas só tomam vacina quando confiam nela. No caso das vacinas contra a Covid-19, as campanhas de marketing terão de atuar junto às agências de saúde na construção da confiança do consumidor, para que tenham o efeito desejado: o fim da pandemia.  

Among Us se destaca por ser um jogo simples, direto e viral

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

O sonho de muitos é viralizar com algo, mas a questão é que não existe uma fórmula e, no fim, o público é a grande máquina responsável por impulsionar organicamente a popularidade de algo. Foi assim com Among Us, lançado em 2018 e que encontrou fama dois anos depois, em agosto de 2020!

Com uma proposta direta e gráficos simples, o jogo é uma releitura digital do famoso “Detetive” só que no espaço. O objetivo é que os tripulantes terminem suas tarefas dentro de uma nave espacial ou em uma base, enquanto tentam sobreviver dos ‘impostores’ – os assassinos que interferem nas tarefas e que matam cada um dos outros jogadores.

Além disso, os inocentes também podem vencer a partida se descobrirem quem são os infiltrados que estão criando o caos ao impedir a conclusão das missões e, claro, eliminando um a um. Isso tudo acontece através de uma reunião que pode ser iniciada ao reportar um corpo ou ao apertar o botão de emergência.

Claro que ninguém sabe quem são os inimigos, e para deixar a experiência ainda mais divertida, as pessoas começaram a criar servidores no Discord – um aplicativo de mensagens – para discutir o que está acontecendo em jogo. O que já era caótico fica ainda mais intenso com todo mundo querendo falar ao mesmo tempo!

O jogo foi inicialmente liberado para celulares Android e iOS e quando finalmente chegou a Steam a um preço acessível, os usuários de computador o dominaram. Provavelmente o isolamento social desempenhou um papel fundamental no sucesso do game, mas agora ele já está fazendo parte do dia a dia de inúmeros jogadores ao redor do mundo.

Em 15 de dezembro, Among Us finalmente chegou ao Nintendo Switch e para a alegria de todos pode ser jogado em de todas as plataformas, ou seja, se você quiser entrar pelo computador, um amigo pelo celular e outro pelo console, todos poderão participar desta aventura juntos!

Atualmente, a produtora do game – que só em novembro deste ano criou um Twitter para se comunicar – está trabalhando em novos mapas e melhorias para continuar com seus leais seguidores e, com isso, também atrair mais pessoas para solucionar ou sabotar os grandes mistérios que acontecem no espaço.

Campanhas de Natal de um ano atípico

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital
Foto:Toni Cuenca from Pexels

Diversas campanhas de Natal esse ano estão diferentes. Muito emotivas e nostálgicas. Como tudo em 2020, elas refletem mudanças, transformações necessárias, afinal, para muita gente, nem o Natal será como o de anos passados. Mas também é valido olhar o momento pelo ângulo comercial: muitas empresas estão apostando em vender conteúdo, e não produtos diretamente, para conquistar o coração do público.

Algumas marcas encorajaram a sustentabilidade por meio do conserto de um casaco velho, em vez da compra de um novo, como é o caso da Barbour (que aproveita para reforçar a qualidade de suas peças). Outras, como a Zalando, usaram muito bem o conteúdo emotivo para atingir seu alvo, com uma estratégia que vai rodar por toda a Europa.

As redes de supermercados ingleses também lançaram campanhas emotivas. A do Tesco diz que não há como considerar travessuras este fim de ano, enquanto a do Sainsbury’s apresenta uma família negra curtindo o Natal em um ano de episódios tão trágicos reportados no mundo todo. Seguindo a mesma linha de luta social, a The Body Shop está ajudando, com a sua campanha, a aumentar a conscientização sobre o número de mulheres sem-teto. Sem dúvida, para este ano não há outra saída para a publicidade que não seja a de anúncios emotivos.

Selecionei as três campanhas de que mais gostei até agora para compartilhar com vocês: Disney, Boots e John Lewis. A campanha da Disney desse ano tem o tema “From Our Family To Yours” (Da Nossa Família para a Sua, em português), e conta a história de uma avó, sua neta e as tradições da família que as unem ao longo dos anos. A animação vai rodar em 29 países e algumas lugares da Ásia, e marca os 40 anos de parceria com a Make-A-Wish, uma instituição de caridade infantil.

Campanha de Natal 2020 da Disney: From Our Family To Yours.

Para quem quiser contribuir de alguma forma com os propósitos dessa campanha, em favor da Make-A-Wish, a Disney disponibilizou algumas maneiras:

  • O Mickey Mouse de edição limitada apresentado na animação pode ser comprador nas lojas da Disney;
  • A música tema pode ser baixada (Love Is a Compass) até 31 de dezembro com 100% da renda doada para a instituição;
  • Os fãs da Disney que acessarem o Facebook, o Instagram ou o Twitter para compartilhar suas próprias memórias festivas do passado ou do presente usando #LoveFromDisney farão a empresa doar $ 1USD para a instituição (até $ 100.000).

A campanha da Boots é centrada em ações de gentileza. Com o tema “What the World Needs Now” (Do que o mundo precisa agora, em português), a marca reconhece que foi um ano atípico, e atitudes de cuidado e bondade são o que mais precisamos.

Por isso, a Boots vai doar produtos básicos de higiene no valor total de £ 1 milhão para o The Hygiene Bank, para algumas das milhões de pessoas no Reino Unido que vivem na linha da pobreza. A empresa também está convidando seus clientes a doar itens de higiene para apoiar os mais necessitados neste Natal.

Campanha de Natal 2020 da Boots: What the World Needs Now.

A campanha da John Lewis desse ano foi inspirada pela resposta dos britânicos à pandemia e pelos gestos de bondade que surgiram nas comunidades. A John Lewis e sua parceira Waitrose propuseram um tema de caridade em vez de presentes por meio da “Give a Little Love” (Dê um Pouco de Amor, em português). A campanha visa arrecadar £ 4 milhões para duas instituições de caridade: a FareShare, que dá suporte aos que enfrentam a fome, e a Home-Start, para pais e mães que precisam de apoio.

Campanha de Natal 2020 da John Lewis: Give a Little Love.

Disney+ finalmente chega ao Brasil, mas decepciona

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

Um ano após o lançamento oficial da Disney+ em diversos países, a plataforma chega em terras brasileiras para a alegria dos fãs do mega estúdio. Com marketing pesado e parceria realizada com inúmeras empresas, o streaming começou a funcionar em 17 de novembro – disponível em aplicativos de smartphones, tablets, televisões e navegadores de computador. Os espectadores agora têm mais uma opção de entretenimento para aproveitar, além de convidar os maníacos da Disney para uma imersão ainda maior dentro das produções originais.

A série-documentário “A História do Imagineering”, por exemplo, leva a todos para o universo criado e idealizado por Walt Disney com seus parques de diversões e as expansões realizadas ao longo dos anos. Em apenas seis episódios de 1h, o público acompanha em ordem cronológica como surgiram as ideias e como elas foram colocadas em prática em uma grande viagem ao redor do mundo – saindo da Califórnia, indo para a Flórida, depois Japão, França e China. Os bastidores nunca pareceram tão charmosos!

Outra indicação é a série documentário “Conhecendo as Esculturas e Modelagens dos Filmes” que mostra como funciona a criação das peças por trás de “Mary Poppins”, “Tron”, “O Estranho Mundo de Jack”, “Piratas do Caribe” e “As Crônicas de Nárnia”, por exemplo.

Entretanto, nem tudo são flores, pois as redes sociais inundaram as contas da plataforma para perguntar porque algumas obras estavam sem opção de escolha de legenda em português. Afinal, ao entrar no mercado brasileiro essa é a ferramenta principal para que os assinantes possam aproveitar o catálogo.

A maior reclamação foi quanto ao aguardado musical “Hamilton”, que muitos esperavam apresentar a suas famílias. A nota oficial dizia que por ‘decisões criativas’ ele não tinha disponível nem dublagem nem legenda. Claro que as reações não foram positivas e as pessoas decidiram tomar um outro caminho ao encher o criador da peça, Lin-Manuel Miranda, com mensagens explicando o ocorrido.

Lin, obviamente, notou que a recepção tinha sido problemática e foi ao Twitter dar sua explicação em português: “Sim! Estamos trabalhando com legendas em português e espanhol (e outros idiomas). Lamento que não tenham ficado prontos a tempo, me sinto péssimo. Mas estamos trabalhando nisso!”. Alguns questionaram o motivo na demora já que esse foi um filme gravado em 2016 e lançado em 3 de julho de 2020.

Outro questionamento foi a escolha do streaming em lançar certas animações apenas com dois episódios quando todos estão cientes de que elas estavam completas e em temporadas mais avançadas. Ao que tudo indica, a empresa correu para chegar ao Brasil, mas falhou em preparar seus produtos para atender a demanda.

Como criar ou vender conteúdo?

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital
Foto: bantersnaps on Unsplash

Muita gente quer criar ou já cria conteúdo para a web hoje em dia. Mas, certamente, um grande número de produtores se pergunta sobre o que o público gostaria de saber.

O tipo de conteúdo que você vai criar depende das necessidades do público que você quer atingir. E mais: se a sua intenção for vender conteúdo, vai depender também da posição em que o seu possível alvo se encontra no funil de vendas.

A primeira coisa a se fazer é criar a persona que representa a audiência que você quer atrair. Existem sites que oferecem templates de personas, gratuitos, para ajudar nesse processo. Basicamente, o que você tem de fazer é listar os objetivos do seu público, as dificuldades que ele enfrenta, a rotina que vive, seu perfil etc. O seu conteúdo deve ter o propósito de ajudá-lo a atingir objetivos e superar desafios.

Se a sua intenção é vender conteúdo, depois que você conquistar a confiança do seu público, vai precisar pensar se ele está pronto para avançar. É essencial analisar as etapas do funil de vendas e fazer o mapeamento de conteúdo (que é o seu produto).

Ao fazer isso, vai conseguir ser mais objetivo e ter uma ideia real da situação. Não se esqueça de analisar, principalmente, três pontos:

  • As características do seu público;
  • A disponibilidade para realizar uma compra;
  • O formato do seu conteúdo.

Existem diversos formatos de conteúdo: texto, vídeos, e-books, pesquisas, webinars, infográficos etc. O desempenho do seu conteúdo irá variar de acordo com o formato que você escolher, pois cada um deles performa de um jeito dependendo da mídia escolhida e da posição do público-alvo no funil de vendas.

Quer saber mais? Na Black Friday lançaremos um e-book sobre Como ser um Produtor de Conteúdo, com os detalhes e as dicas mais importantes reunidas de maneira objetiva para você ter sucesso!

“The Mandalorian” está repleto de ação em sua segunda temporada

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

A nova temporada de “The Mandalorian” foi lançada dia 30 de outubro pela Disney+ e promete agitar as sextas-feiras dos fãs da saga Star Wars pelas próximas semanas – já que o streaming vai contra a onda de liberar toda a produção de uma vez e prefere liberá-la semanalmente.

Os dois primeiros episódios de oito já foram lançados e continuam alimentando o hype que a série criou em seu lançamento em 2019. O Mandaloriano agora parte em uma jornada para encontrar outros de seu credo e, assim, conseguir entender o que fazer com a pequena criaturinha a quem se afeiçoou com o passar do tempo.

A Criança, ou carinhosamente chamada pelo público como Baby Yoda, continua sendo a responsabilidade principal de Mando e rouba a cena sempre que aparece. Enquanto o primeiro episódio é mais humilde em mostrá-lo, o segundo investe no pequenino para diminuir a tensão do público para os acontecimentos da telinha.

Apesar de seu aparecimento na série ter sido envolvido em muito mistério para que não houvesse vazamento de informações e os produtores conseguissem impactar os espectadores em sua primeira cena, o amor por Baby Yoda só cresce cada vez que ele surge. Não só isso, os fãs ficam ainda mais empolgados por verem o comprometimento do protagonista em tentar manter esse neném sempre protegido.

Afinal, o que mais tem na trama é gente querendo roubá-lo e matá-lo. Isso tudo em sequências incríveis de perseguição, tiro e lutas.

O bom é que a segunda temporada continua trabalhando para trazer elementos já conhecidos da franquia de cinema, se dedica em resgatar personagens criados nos anos 70 e que nunca foram apresentados, e convida diferentes atores para participarem de algumas histórias.

É o caso do personagem Cobb Vanth, interpretado por Timothy Olyphant, que chama a atenção por ir contra tudo que o Mandaloriano acredita. O ator acabou roubando a cena, conquistando o público em sua pequena participação e confirmando que só coisas boas saem de um bom roteiro e boa direção combinados com talentos de peso.

Quando a Disney recebeu a proposta de produzir “The Mandalorian”, ela imaginou que a produção faria sucesso, mas jamais suspeitou que a série conseguiria roubar a atenção do último filme da franquia de Star Wars – “A Ascensão Skywalker”. Essa foi uma aposta que fugiu do controle de forma positiva e que já está rendendo outros frutos.

Existem rumores de que um spin-off sobre o icônico Boba Fett, personagem que apareceu em “O Império Contra-Ataca” e o “Retorno de Jedi”, pode acontecer por conta do enredo de “The Mandalorian”. Agora é aguardar os próximos capítulos e as novidades que estão por vir!

“A Maldição da Mansão Bly” divide opinião dos fãs de terror

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

Em 9 de outubro, a Netflix liberou a aguardada série de terror “A Maldição da Mansão Bly”. Apesar de ser a continuação de “A Maldição da Residência Hill”, essa segunda temporada não está conectada à trama da obra lançada em 2018. Mesmo assim aproveita alguns dos talentos da produção anterior que acabaram caindo no gosto dos fãs.

A premissa da “Mansão Bly” é simples e direta. Uma jovem tenta fugir de seu trágico passado atravessando o oceano e acaba tomando conta de dois órfãos em uma casa um tanto quanto estranha na Inglaterra. Claro, que ela acaba ficando um pouco paranoica quando começa a suspeitar que a supracitada residência está mal-assombrada. Mal sabia ela o que esperar!

Interpretada pela talentosa Victoria Pedretti, a protagonista Dani vive o presente e o passado em cenas que levantam muitas hipóteses e oferecem poucas respostas até seu fim. Ela, além de notar que as crianças se comportam de maneira peculiar, percebe um homem que fica espreitando pela janela do lugar. Afinal, ser sensata é algo bom!

Porém, o homem se encaixa na descrição de um empregado que acabou sumindo misteriosamente após trair a confiança de seu patrão. Pouco a pouco, a jovem entende que muitas coisas estão erradas dentro daquele ambiente e, mesmo inquieta com tudo, não consegue partir.

No entanto, o maior personagem é, de fato, a Mansão Bly, sua história e os inúmeros fantasmas que não querem ficar a sós naquela propriedade. E é por isso que a trama da história acaba por assustar menos os espectadores – até porque essa não era a intenção dos produtores quando desenvolveram o enredo inspirado no livro “A Volta do Parafuso”, de Henry James.

Enquanto “Residência Hill” foi criada para impactar e aterrorizar muito mais com muitos sustos, o novo programa aposta na emoção ao apresentar uma espécie de romance gótico. A grande piada na internet foi que a Netflix prometeu inúmeros gritos e, na verdade, todos ganharam lágrimas.

O problema é que algumas pessoas questionaram nas redes sociais quando a trama, finalmente, engataria e começaria a ficar interessante. Outros concordaram que, por ser uma proposta diferente, essa temporada tinha seu próprio carisma. E, claro que entre reclamações e elogios, os memes acabaram tomando conta do Twitter, do Instagram e do Facebook durante a semana inicial e as que se seguiram.

No fim, a Netflix pode ter dividido opiniões, mas foi através delas que o engajamento da série aumentou! Seja para aqueles que ficaram curiosos, querendo tirar suas próprias conclusões, ou para os outros que preferiram revisitar a “Residência Hill”.

Por que as marcas estão se tornando Publishers (e você deve fazer o mesmo se puder)?

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital

Quase todo mundo hoje em dia é um tipo de escritor. Graças às redes sociais e aos blogues muitas pessoas se sentem confortáveis para expor suas ideias, suas histórias. Ao mesmo tempo, do outro lado, está a audiência que consome todo esse conteúdo produzido. E esse público que consome conteúdo se interessa pelo que lhe agrega valor, faz sentido, surpreende, encanta, faz sentir. Quando existe a comunicação entre o que é dito de um lado e o que é esperado do outro, as pessoas começam a ser influenciadas sem perceber, afinal, o processo de identificação e de confiança foi estabelecido.

E nessa conjuntura que se formou, as marcas têm um grande espaço a explorar. Empresas precisam aprender a desenvolver o pensamento de um editor, a ganhar a atenção do consumidor sendo menos marca e mais editor. Mesmo que seja preciso capacitar as equipes internas e escolher os parceiros certos para o desenvolvimento de conteúdo assertivo. É desafiador? Sim, mas tanto na vida pessoal quanto nos negócios não se ganha muito ficando em zonas de conforto, certo?

Muitas empresas há anos desenvolvem o conceito de marketing de conteúdo, compartilhando informações valiosas com seu público, para atrair atenção, gerar leads, concretizar vendas e construir a credibilidade da marca. Mas qual é a diferença entre fazer o marketing de conteúdo e o brand publishing? Será que qualquer empresa pode usar a estratégia de brand publisher? Bom, não é tão simples assim.

Brand-Publishing-by-IMPACT
Brand Publishing by IMPACT

As brand publishers são as empresas e marcas que enxergam no conteúdo um produto. O conteúdo em si é um negócio, com capacidade de gerar um alto volume de receita. No entanto, construir narrativas consistentes, reunir imagens e vídeos significativos, criar subprodutos que se relacionem e conquistem o público leva tempo, o sucesso não acontece da noite para o dia. Por isso, para que essa estratégia possa ser implementada dentro de uma empresa, é necessário que ela esteja equilibrada, organizada e financeiramente tranquila. Se não, é melhor optar por um modelo de parceria com agências que desenvolvam essa abordagem.

Eu poderia citar diversos cases de sucesso de empresas que utilizam muito bem o conteúdo, mas vou falar apenas das três brand publishers que mais me chamaram a atenção nos últimos anos. Uma delas é a americana Away, uma empresa de bagagens que vende muito mais do que malas desde 2015. Ela criou um podcast de viagem e uma revista on-line, um guia gratuito (Here) com fotos e dicas de viajantes, e ainda vem mais subproduto ano que vem.

Quando a conheci, naveguei pelo site por um bom tempo. Não só para analisar, mas porque me chamou a atenção mesmo. Olhei as malas (bonitas), fui para a página do Here, li sobre as viagens, senti vontade de conhecer diversos lugares. Gostei da experiência no site e seria uma cliente, se precisasse de uma mala. Mas, certamente, tudo o que a Away posta tem um propósito. Ela induz a experiências não ligadas diretamente à marca, mas que impulsionam a venda de suas malas e bolsas. Ela se tornou tão queridinha nos EUA e na Europa, que ganhou o apelido de “o vestidinho preto” das malas (mulheres entenderão :P) pela revista People em 2017.

Outro bom exemplo é a americana Kraft, uma das maiores no ramo de bebidas e alimentos do mundo. A empresa está presente em 98% dos lares nos EUA, começou sua estratégia de publicação há 24 anos e aproveita o conteúdo que produz para entender seus clientes. São longos anos de relacionamento, de conquista mantida, de criação de muito conteúdo de qualidade e consistência.

Por fim, a austríaca Red Bull. A empresa vende apenas um tipo de produto, mas soube aproveitar como poucas os benefícios do conteúdo bem produzido. Com a criação, em 2005, da The Red Bulletin, plataforma que reúne revista on-line, produções de vídeo etc., a Red Bull vinculou seu produto a temas que fazem parte do gosto da grande maioria da população mundial: saúde, viagem, aventura e cultura. Entrou no mercado de patrocínio de atletas e equipes, e consegue inspirar, despertar emoções, instigar e brincar com certas ideias por meio do slogan “Te dá asas”.

Os cases acima são fantásticos e servem de reflexão para empresas que precisam se reinventar. Cada vez mais as marcas estão sendo levadas a pensar em conteúdo e na sua divulgação, a dar atenção especial ao relacionamento que ele ajuda a criar, aos benefícios emocionais e financeiros que ele traz quando bem construído. Se uma empresa cria uma boa estratégia de relacionamento entre marca e público, ela se torna relevante para o consumidor. E, em um momento em que cerca de 70% das marcas poderiam desaparecer sem fazer a mínima falta (pesquisa da Havas), é fundamental repensar estratégias e cuidar bem do que foi conquistado. 

Fall Guys conquista legião de fãs e lança atualização

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

Quem poderia dizer que bonecos de 183cm usando lycra colorida e participando de uma corrida maluca muito parecida com as “Olimpíadas do Faustão” faria sucesso entre os gamers em 2020? Fall Guys é isso e um pouco mais, afinal são 60 competidores tentando conquistar o prêmio máximo – uma coroa – ao mesmo tempo.

Lançado em 4 de agosto exclusivamente para o Playstation 4 e Microsoft Windows (pela Steam), o jogo tomou conta das redes sociais por ser simples e também dar uma certa dor de cabeça. O jogador precisa superar obstáculos e cruzar a linha de chegada antes dos outros para conseguir chegar a próxima etapa – geralmente são quatro ou cinco.

A cada mudança de nível, o número de rivais vai diminuindo e o usuário também pode contribuir dando aquele empurrãozinho no adversário para ele cair e morrer de vez. Quanto menos sobreviventes maior fica a chance de ser coroado vencedor, então é claro que cada disputa acaba sendo diferente da anterior – basta lembrar que o ser humano é imprevisível e cada um pensa diferente.

Só que os minijogos começaram a ficar repetitivos, pois no lançamento inicial foram liberados poucos para analisar o público, conhecer as preferências e, o principal, confirmar se haveria demanda, afinal aquela era a primeira temporada.

Em 8 de outubro chegaram as novidades com a atualização intitulada “Medieval Knockout”. A segunda fase do jogo apresenta uma temática da era medieval ao colocar para venda na loja roupas de duquesa, algumas de aldeões, cavaleiros, dragões, bruxas, magos e até um conjunto muito parecido com o que Shrek usa em seus filmes – só que nesse caso com orelhinhas pontudas.

Uma mudança é que uma tela de seleção deixa os gamers escolherem qual a modalidade preferem participar: Show Principal – que é a forma tradicional de se jogar, onde os personagens correm para chegar ao final e conquistar a coroa – e Prova de Obstáculos – os Fall Guys precisam superar uma série de obstáculos, um atrás do outro sem intervalos.

Não só isso, eles inseriram nas fases uma trilha sonora típica e acrescentaram novos rounds que parecem atender aos intensos pedidos dos fãs: serem ainda mais complicados que os anteriores. E para eles não ficarem cansados tão cedo, os produtores revelaram que em poucos dias vão divulgar outras surpresas já que a temporada termina em 60 dias.

Outro ponto positivo é que agora o jogador não precisa mais ver seu personagem sozinho na tela de carregamento. Se estiver com amigos, eles vão fazer companhia ao seu avatar enquanto caem do céu. Agora é apertar play e torcer para não cair no time amarelo – conhecido por ser azarento e só perder.

O que Faz Marcas, Produtos e Serviços Relevantes? – Brasil

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital
Foto: Karolina Grabowska from Pexels

Chegamos aos resultados finais da nossa pesquisa sobre “O que Faz Marcas, Produtos e Serviços Importantes para Você”. Analisamos o comportamento dos consumidores em Portugal, Espanha e Reino Unido, e agora compartilhamos as escolhas dos consumidores no Brasil.  

A preferência de compra e recompra dos brasileiros é majoritariamente ligada ao compromisso que a marca tem com os cidadãos. Para 58,55% dos respondentes, uma marca é incrível se entrega o que promete (o preço é importante para 13,91% das pessoas). Já para 20,39% das pessoas, o bem-estar que um produto ou uma marca proporcionam à sociedade é mais importante do que uma vantagem pessoal.

Sem dúvida, a escolha por benefícios coletivos, como ser ecológico e sustentável, mostra uma grande mudança na decisão de compra do consumidor brasileiro que, assim como o europeu, começa a entender a sua parcela de responsabilidade na transformação do mundo. No entanto, compras que possam beneficiar diretamente a economia do país de alguma forma não norteiam as escolhas dos consumidores.

Sobre onde pesquisam os produtos ou serviços que desejam antes de comprar, os sites ranqueados nos buscadores da internet são a referência para 84.21% dos brasileiros, seguido pela indicação de amigos e familiares (50.56%), e pelas redes sociais (37.50%). Um dado que chama a atenção é a perda de poder dos meios de comunicação tradicionais, como TV, rádio, jornais e revistas, que têm influência sobre apenas 3,29% dos respondentes.

Mais do que um grande meio de entretenimento, a internet ganhou papéis importantíssimos para o consumidor ao longo dos anos. Tornou-se lugar de fala, de troca constante, de venda, de referências boas e más. A confiança que os usuários têm no que é compartilhado e o hábito de usar a web para praticamente tudo no dia a dia é cada vez maior.

É inegável que os negócios também estejam sendo atingidos por essa onda digital. A presença de produtos ou serviços nesse mercado tem se mostrado essencial para a construção do relacionamento entre marcas e clientes, e para o aumento de vendas. Quem ainda não entrou no mercado digital precisa repensar, com urgência, a sua estratégia ou corre o risco de desaparecer da mente do consumidor.