Disney+ finalmente chega ao Brasil, mas decepciona

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

Um ano após o lançamento oficial da Disney+ em diversos países, a plataforma chega em terras brasileiras para a alegria dos fãs do mega estúdio. Com marketing pesado e parceria realizada com inúmeras empresas, o streaming começou a funcionar em 17 de novembro – disponível em aplicativos de smartphones, tablets, televisões e navegadores de computador. Os espectadores agora têm mais uma opção de entretenimento para aproveitar, além de convidar os maníacos da Disney para uma imersão ainda maior dentro das produções originais.

A série-documentário “A História do Imagineering”, por exemplo, leva a todos para o universo criado e idealizado por Walt Disney com seus parques de diversões e as expansões realizadas ao longo dos anos. Em apenas seis episódios de 1h, o público acompanha em ordem cronológica como surgiram as ideias e como elas foram colocadas em prática em uma grande viagem ao redor do mundo – saindo da Califórnia, indo para a Flórida, depois Japão, França e China. Os bastidores nunca pareceram tão charmosos!

Outra indicação é a série documentário “Conhecendo as Esculturas e Modelagens dos Filmes” que mostra como funciona a criação das peças por trás de “Mary Poppins”, “Tron”, “O Estranho Mundo de Jack”, “Piratas do Caribe” e “As Crônicas de Nárnia”, por exemplo.

Entretanto, nem tudo são flores, pois as redes sociais inundaram as contas da plataforma para perguntar porque algumas obras estavam sem opção de escolha de legenda em português. Afinal, ao entrar no mercado brasileiro essa é a ferramenta principal para que os assinantes possam aproveitar o catálogo.

A maior reclamação foi quanto ao aguardado musical “Hamilton”, que muitos esperavam apresentar a suas famílias. A nota oficial dizia que por ‘decisões criativas’ ele não tinha disponível nem dublagem nem legenda. Claro que as reações não foram positivas e as pessoas decidiram tomar um outro caminho ao encher o criador da peça, Lin-Manuel Miranda, com mensagens explicando o ocorrido.

Lin, obviamente, notou que a recepção tinha sido problemática e foi ao Twitter dar sua explicação em português: “Sim! Estamos trabalhando com legendas em português e espanhol (e outros idiomas). Lamento que não tenham ficado prontos a tempo, me sinto péssimo. Mas estamos trabalhando nisso!”. Alguns questionaram o motivo na demora já que esse foi um filme gravado em 2016 e lançado em 3 de julho de 2020.

Outro questionamento foi a escolha do streaming em lançar certas animações apenas com dois episódios quando todos estão cientes de que elas estavam completas e em temporadas mais avançadas. Ao que tudo indica, a empresa correu para chegar ao Brasil, mas falhou em preparar seus produtos para atender a demanda.

“The Mandalorian” está repleto de ação em sua segunda temporada

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

A nova temporada de “The Mandalorian” foi lançada dia 30 de outubro pela Disney+ e promete agitar as sextas-feiras dos fãs da saga Star Wars pelas próximas semanas – já que o streaming vai contra a onda de liberar toda a produção de uma vez e prefere liberá-la semanalmente.

Os dois primeiros episódios de oito já foram lançados e continuam alimentando o hype que a série criou em seu lançamento em 2019. O Mandaloriano agora parte em uma jornada para encontrar outros de seu credo e, assim, conseguir entender o que fazer com a pequena criaturinha a quem se afeiçoou com o passar do tempo.

A Criança, ou carinhosamente chamada pelo público como Baby Yoda, continua sendo a responsabilidade principal de Mando e rouba a cena sempre que aparece. Enquanto o primeiro episódio é mais humilde em mostrá-lo, o segundo investe no pequenino para diminuir a tensão do público para os acontecimentos da telinha.

Apesar de seu aparecimento na série ter sido envolvido em muito mistério para que não houvesse vazamento de informações e os produtores conseguissem impactar os espectadores em sua primeira cena, o amor por Baby Yoda só cresce cada vez que ele surge. Não só isso, os fãs ficam ainda mais empolgados por verem o comprometimento do protagonista em tentar manter esse neném sempre protegido.

Afinal, o que mais tem na trama é gente querendo roubá-lo e matá-lo. Isso tudo em sequências incríveis de perseguição, tiro e lutas.

O bom é que a segunda temporada continua trabalhando para trazer elementos já conhecidos da franquia de cinema, se dedica em resgatar personagens criados nos anos 70 e que nunca foram apresentados, e convida diferentes atores para participarem de algumas histórias.

É o caso do personagem Cobb Vanth, interpretado por Timothy Olyphant, que chama a atenção por ir contra tudo que o Mandaloriano acredita. O ator acabou roubando a cena, conquistando o público em sua pequena participação e confirmando que só coisas boas saem de um bom roteiro e boa direção combinados com talentos de peso.

Quando a Disney recebeu a proposta de produzir “The Mandalorian”, ela imaginou que a produção faria sucesso, mas jamais suspeitou que a série conseguiria roubar a atenção do último filme da franquia de Star Wars – “A Ascensão Skywalker”. Essa foi uma aposta que fugiu do controle de forma positiva e que já está rendendo outros frutos.

Existem rumores de que um spin-off sobre o icônico Boba Fett, personagem que apareceu em “O Império Contra-Ataca” e o “Retorno de Jedi”, pode acontecer por conta do enredo de “The Mandalorian”. Agora é aguardar os próximos capítulos e as novidades que estão por vir!

Mulan decepciona fãs, mas surpreende no Disney+

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

O live-action de Mulan estreou dia 4 de setembro no Disney+ e dividiu a opinião de muitas pessoas. Querendo corrigir uns erros do passado que foram apresentados na animação, o estúdio estadunidense decidiu criar uma produção voltada para a China – considerado o segundo maior mercado cinematográfico do mundo.

Só que a inserção de novos personagens e um toque mágico na protagonista acabou deixando o público chinês decepcionado e afirmando que a versão animada era mais respeitosa à lenda original. A maior antagonista do filme é uma bruxa obstinada a mostrar sua força e provar que mulheres podem ter um papel importante.

A ideia pode ser interessante, mas em nenhum momento da história de Mulan ou da cultura chinesa bruxas desempenham papéis de destaque ou sequer existem. Sendo isso apenas mais um elemento da cultura ocidental inserido em um conto da China. Existem outros inúmeros problemas que foram levantados por portais de notícias e threads no Twitter por chineses e sino-americanos, por exemplo.

Os que não conhecem muito bem sobre o verdadeiro folclore da guerreira apontam que com altos e baixos, a produção entretém apesar de pecar em um detalhe importantíssimo: a ausência de emoção. A trama acaba sendo apresentada de forma corrida e não consegue criar uma relação de empatia com o espectador.

Cenas icônicas como a partida de Mulan na calada da noite após cortar o cabelo e o aprendizado dela no acampamento são transformadas em sequências cruas, onde o público não consegue sentir o conflito que a personagem está vivendo e nem o seu grande momento de superação.

Ainda assim, a Yahoo divulgou dados exclusivos de uma empresa de pesquisa mostrando que, mesmo dividindo a opinião dos fãs, é estimado que cerca de 29% dos domicílios nos EUA que assinam o Disney+ decidiram pagar 30 dólares para assistir ao longa até 12 de setembro.

Essa informação acaba revelando que a obra superou outros títulos populares e ‘gratuitos’ dentro da plataforma de streaming e pode ter arrecadado, no mínimo, 261 milhões de dólares em nove dias em lares norte-americanos.

Mesmo que esses números ainda não sejam oficiais do estúdio, mas sim uma estimativa do verdadeiro resultado, a diretora financeira da Walt Disney Company Christine McCarthy comentou que o conglomerado está muito satisfeito com o que analisaram até então.

Se o excelente desempenho de Mulan for comprovado, uma outra problemática vai surgir nos próximos meses: como as redes de cinemas mundiais vão competir com as grandes produtoras lançando seus originais em canais próprios na internet?