O que Faz Marcas, Produtos e Serviços Relevantes? – Brasil

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital
Foto: Karolina Grabowska from Pexels

Chegamos aos resultados finais da nossa pesquisa sobre “O que Faz Marcas, Produtos e Serviços Importantes para Você”. Analisamos o comportamento dos consumidores em Portugal, Espanha e Reino Unido, e agora compartilhamos as escolhas dos consumidores no Brasil.  

A preferência de compra e recompra dos brasileiros é majoritariamente ligada ao compromisso que a marca tem com os cidadãos. Para 58,55% dos respondentes, uma marca é incrível se entrega o que promete (o preço é importante para 13,91% das pessoas). Já para 20,39% das pessoas, o bem-estar que um produto ou uma marca proporcionam à sociedade é mais importante do que uma vantagem pessoal.

Sem dúvida, a escolha por benefícios coletivos, como ser ecológico e sustentável, mostra uma grande mudança na decisão de compra do consumidor brasileiro que, assim como o europeu, começa a entender a sua parcela de responsabilidade na transformação do mundo. No entanto, compras que possam beneficiar diretamente a economia do país de alguma forma não norteiam as escolhas dos consumidores.

Sobre onde pesquisam os produtos ou serviços que desejam antes de comprar, os sites ranqueados nos buscadores da internet são a referência para 84.21% dos brasileiros, seguido pela indicação de amigos e familiares (50.56%), e pelas redes sociais (37.50%). Um dado que chama a atenção é a perda de poder dos meios de comunicação tradicionais, como TV, rádio, jornais e revistas, que têm influência sobre apenas 3,29% dos respondentes.

Mais do que um grande meio de entretenimento, a internet ganhou papéis importantíssimos para o consumidor ao longo dos anos. Tornou-se lugar de fala, de troca constante, de venda, de referências boas e más. A confiança que os usuários têm no que é compartilhado e o hábito de usar a web para praticamente tudo no dia a dia é cada vez maior.

É inegável que os negócios também estejam sendo atingidos por essa onda digital. A presença de produtos ou serviços nesse mercado tem se mostrado essencial para a construção do relacionamento entre marcas e clientes, e para o aumento de vendas. Quem ainda não entrou no mercado digital precisa repensar, com urgência, a sua estratégia ou corre o risco de desaparecer da mente do consumidor.

O que Faz Marcas, Produtos e Serviços Relevantes? – Europa

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital 
Foto:Charles Etoroma on Unsplash

Fizemos uma pesquisa sobre “O que Faz Marcas, Produtos e Serviços Importantes para Você”, para os consumidores no Brasil e em Portugal, Espanha e Reino Unido. Já temos os resultados do comportamento do consumidor europeu ou que vive na Europa, e vamos compartilhar com vocês as análises.

No geral, o resultado nos mostra que, cada vez mais, existe a preocupação com o coletivo. O benefício de um produto ou serviço para a sociedade vem sendo mais importante do que o benefício pessoal que eles possam trazer. Isso evidencia uma grande transformação no padrão de comportamento, de decisão de compra do consumidor: a responsabilidade de melhorar a vida da sociedade não está só nas mãos dos governos, mas também nas empresas e nas escolhas de cada cidadão.

Sobre o que faz uma marca ser incrível, 53.37% dos respondentes disseram que o produto ou o serviço deve ser compatível com o que promete, porém mais uma vez foram citados benefícios coletivos como atributos importantes para 23.60%. Já o preço que os consumidores aceitam pagar por eles está mais subjetivo. O preço baixo não é o grande fator decisório de compra e compete com a melhoria de qualidade de vida das pessoas para 15.17% das pessoas.

A pesquisa mostrou também que a relevância das marcas presentes na mente dos consumidores está em xeque. Atualmente, 64.97% das pessoas sentiriam falta de apenas 1 a 5 marcas de produtos que utilizam, caso elas desaparecessem. É um número muito pequeno de empresas e fabricantes relevantes para esses consumidores, comparado à quantidade existente no mercado. E mais: cerca de 3% das pessoas diz que não sentiria falta de nenhuma marca que costuma usar, caso elas deixassem de existir.

Mas onde os consumidores encontram os produtos ou serviços que desejam? Antes de efetuar uma compra, 79.78% das pessoas procura informações nos sites que aparecem nos rankings de buscadores. A resenha disponível na internet chega a ser mais relevante do que a opinião de amigos e familiares (50.56%), e também do que é publicado nas redes sociais (28.65%).

A presença no mercado digital é cada vez mais importante para o relacionamento entre marcas e clientes, e para o aumento de vendas. Quem ainda não expõe seus produtos ou serviços na internet precisa repensar, com urgência, a sua estratégia ou corre o risco de desaparecer da mente do consumidor.

O sucesso e a ruína de uma marca

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital 
Foto:freepik

É incrível o poder que as redes sociais mostram hoje em dia e o alcance que um post pode ter, mas o que fazer quando uma marca é atingida de forma negativa? Histórias reais vêm à tona e tornam-se virais em um piscar de olhos, como o caso envolvendo uma funcionária da Avon. Da mesma forma, temos consciência do estrago que fake news fazem e de como uma informação falsa é disseminada nas redes. 

O caso mais recente é o escândalo da Wayfair, uma loja de departamentos americana. Uma cliente indignada com os preços altos, em um post numa rede social, levantou a suspeita de tráfico de crianças. Isso mesmo. A cliente acha que a loja cobra preços muito altos por seus produtos da coleção WFX, então, a única coisa que justificaria os valores da Wayfair seria ela traficar crianças. O post foi:

“Is it possible Wayfair involved in Human trafficking with their WFX Utility collection? Or are these just extremely overpriced cabinets? (Note the names of the cabinets) this makes me sick to my stomach if it’s true 🙁 “

Bastou isso aparecer nas redes sociais para surgirem os “detetives” de plantão, avaliando os produtos da loja, os nomes dados a eles, e criarem suas linhas de investigação. Algumas pessoas foram a fundo, e disseram que o número de estoque dos produtos junto ao termo “src usa” no mecanismo de busca russo Yandex apresenta referências a crianças e à pedofilia, entretanto, segundo testes, isso é comum com qualquer sequência aleatória de números junto ao “src usa” nesse buscador. 

Os nomes de alguns produtos, por serem próprios, também foram apontados como possíveis “provas” pelos internautas. Isso porque alguns deles aparecem nas listas de crianças desaparecidas nos Estados Unidos. Bom, há que se mencionar que existem cerca de 800 mil crianças desaparecidas na América, segundo o National Center for Missing and Exploited Children. Diante de um número de tal dimensão, me parece muito fácil um nome daquela lista figurar em qualquer lugar: em outras crianças, em automóveis, em móveis, em roupas, em brinquedos… Muitas marcas dão nomes de pessoas a seus produtos. Até animais de estimação ganham nomes próprios.

A acusação foi bem grave, e até agora nada foi provado por quem de fato investiga crimes: a polícia. Porém, a mancha na marca já foi feita. A loja teve de se explicar, dizendo que os itens da coleção em questão são industriais, por isso o preço alto. Todos os equipamentos industriais são caros. Porém, o preço de alguns outros produtos, como travesseiros e cortinas também foi questionado pelos usuários. Isso me fez pensar em até que ponto uma marca tem autonomia para precificar seus produtos hoje em dia.

Lembrando os Ps do Mix de Marketing, o preço de um produto envolve muitas variantes: o custo de fabricação, os impostos, a distribuição, as comissões, a concorrência, a margem de lucro, a qualidade e como a marca quer se posicionar diante do mercado, por exemplo. Assim, a empresa precifica o produto, e o consumidor decide se o compra ou não, de acordo com a sua percepção de valor agregado. Mas e quando o cliente não enxerga o benefício ou duvida dele? A empresa deve se justificar? Baixar o preço? Na minha opinião, quando o cliente não percebe a qualidade de um produto há um grande problema para a marca, pois significa que a comunicação e o marketing não estão sendo feitos da maneira que deveriam para que os objetivos fossem atingidos.

No caso da Wayfair, a empresa ainda não “justificou” os preços de seus travesseiros e cortinas. Ela não é obrigada a fazer isso, mas considerando os dias de hoje e a velocidade que uma informação ganha é necessário fazê-lo. Acredito que sair de uma crise dessas, já instalada e disseminada pelas redes sociais não vai ser fácil, mas agir com transparência e agilidade na resposta ao público é sempre um bom começo.