Quem irá nos trazer de volta o anonimato?

Por Bruno Meneguiti 
Product Manager

Em 2017, publiquei um artigo no Linkedin questionando a perda do anonimato e usando um projeto de um fotógrafo Russo, Egor Tsvetko, chamado “Your face is big data” como exemplo. Nele, Egor Tsvetko tirou por volta de 100 fotografias de estranhos no metrô de São Petersburgo e usou um aplicativo para encontrá-las.

O aplicativo em questão era o FindFace, também fundado por Russos em 2016. E de fato os resultados foram assustadores, o fotógrafo conseguiu encontrar cerca de 70% das pessoas e seus perfis online. Passados 3 anos, o produto vai mais longe e promete encontrar uma pessoa em uma multidão numa fração de segundos, direcionando-o a empresas e governos para diversos fins.

A polêmica do momento é o aplicativo FaceApp, que usa premissas lúdicas, como filtros que permitem fazer mudanças físicas em seu rosto, e viralizou entre “Anônimos” e famosos na internet. Ele tem uma proposta de valor muito clara para seus usuários e diretamente conectada a desejos humanos, afinal, quem não gostaria de se ver de forma diferente?

Apesar de parecer inofensivo, o aplicativo vem sofrendo diversas acusações relativa ao uso dos dados de seus usuários e sua política de privacidade. Tudo isso acaba por ser potencializado uma vez que tivemos o escândalo da Cambridge Analytica há pouco tempo, onde dados de mais de 80 milhões de usuários do Facebook foram utilizados para influenciar a opinião de eleitores em todo mundo.

Mentira ou verdade, se em 2017 eu brincava que a palavra anônimo estava sendo retirada do dicionário, hoje, tenho quase certeza que já foi. E isso, apesar de parecer uma coisa ruim, que de fato é, nos traz diversas oportunidades de produtos que façam justamente o contrário e protejam nossos dados.

Você irá criar o próximo unicórnio Privacy Tech?

Hamilton: mais do que um tributo ao revolucionário dos EUA

Por Renata Kurisu
Especialista em Conteúdo

O aclamado musical “Hamilton” chegou ao Disney+ (a plataforma de streaming da Disney), no dia 3 de julho, causando uma grande comoção nas redes sociais. Lançada na véspera da comemoração da Independência dos Estados Unidos, a gravação ao vivo da peça ficou nos trending topics Global e do Brasil por horas.

O espetáculo conta a história de Alexander Hamilton, um dos fundadores dos Estados Unidos e o primeiro Secretário do Tesouro americano, com um toque diferente dos musicais ditos ‘tradicionais’. Durante 2h30, o elenco original da Broadway mostra seu talento ao utilizar o hip-hop e o jazz para introduzir o público a um conto que vai muito além de Hamilton. Com os atores cantando do começo ao fim, o rap se torna o instrumento que permite a obra fluir de forma natural.

Lin-Manuel Miranda, o criador da produção e o intérprete do personagem título, abusa da licença poética para criar personagens carismáticos que abordam assuntos que estão em alta nos últimos anos: a imigração nos EUA e o racismo que ainda persegue parte da população. Foi assim que o produtor fez história ao escalar atores afro-americanos, sino-americanos e latino-americanos em sua releitura de dois grandes momentos históricos: a Revolução Americana e as primeiras eleições estadunidenses.

A montagem mostra que não é necessário um palco cheio de ornamentos para prender o público e utiliza ferramentas muito mais poderosas para passar sua mensagem: um jogo de iluminação para não se colocar defeitos, coreografias poderosas e letras que passam sua mensagem de forma clara.

Vale ressaltar que todas as vezes que o teatro ultrapassa a barreira do palco e vai para as telas e telonas, o grande público finalmente ganha a oportunidade de consumir um produto que até hoje é considerado elitizado. E não é diferente com “Hamilton”! O filme estava marcado para estrear nos cinemas em 15 de outubro, 2021, mas com o fechamento da Broadway, por conta do COVID-19, o lançamento foi adiantado. Mesmo assim, o Walt Disney Studios se comprometeu em relançar o filme nos cinemas em busca de encantar mais pessoas com uma das peças mais revolucionárias de seu gênero.

Essa não foi a primeira vez que Lin-Manuel cativou o público. Anos antes, o musical “In The Heights” se estabeleceu como uma produção de sucesso e foi o grande responsável por alavancar a carreira do talentoso artista. Uma adaptação da obra seria lançada nos cinemas em junho deste ano, mas por conta da pandemia foi adiada para 2021.

Miranda também é uma das mentes brilhantes responsáveis pela trilha sonora da animação da Disney, “Moana”, e já revelou que está atualmente produzindo um novo filme animado do estúdio ao lado dos produtores de “Zootopia” e “Moana” para contar uma história que se passa na Colômbia.

Os desafios do bom conteúdo

Por Liana Fernandes
Jornalista e Especialista em Conteúdo e Marketing Digital 
Foto: zaozaa09 / Freepik

A internet pode ser um meio de consumo de conteúdo – em diversas formas –  bastante passiva para algumas pessoas, e ativa para outras. Alguns gostam de se posicionar ou se sentem praticamente “forçados” a interagir com o que leem ou veem, tamanha é a força que o conteúdo postado tem, e a necessidade de fazer a própria voz ser ouvida.

Mas também é muito fácil e cômodo rolar a timeline por textos, fotos e vídeos, por exemplo, sem clicar em nada, sem curtir, comentar, salvar ou compartilhar o conteúdo. O engajamento pode ser difícil de se conseguir. É um processo de conquista, quase um date que tem que dar match entre marca e o público. No entanto, fazer com que aconteça o envolvimento do consumidor com as branding, criar a conexão é o que vai desenvolver a identificação e a confiança do cliente em uma empresa. E aí, se o resto do trabalho for bem feito, a recompensa vai além do aumento da exposição de uma marca nas redes ou do reconhecimento do público. A chance de gerar receita também cresce.

Há séculos, literalmente, o conteúdo é usado para criar relações. Não importa agora se estamos falando do anual Poor Richard’s Almanack, de Benjamin Franklin, publicado em 1732, de cartas ou poemas, dos HQs, de livros, de peças publicitárias, jornais, revistas, blogues ou redes sociais. Mas em algum momento nesses anos o conteúdo estratégico virou figura importante de fato para as empresas. E seus produtores ganharam um merecido lugar ao sol.

Os tempos mudaram, a tecnologia avançou, se tornou essencial para os negócios com os dados que revela e contribui ativamente para a construção de um bom conteúdo. Ainda assim, é difícil para algumas empresas entenderem seu público. Talvez, falte uma abordagem mais pessoal, ao vivo, em que seja possível obter feedbacks reais. Aquele olho no olho, sabe? Afinal, se estamos vivendo tempos em que as empresas se preocupam cada vez mais com a experiência do usuário, fazer isso é uma maneira de conhecê-lo melhor e de mostrar que se importam. Criar relação é um goal!

Entretanto, é preciso ter em mente que nenhuma audiência é estática. Os consumidores têm diversos interesses, objetivos e experiências, e eles mudam o tempo todo. Conhecer o público atual de uma empresa ou o público que ela deseja alcançar é uma missão que nunca termina. E, para a comunicação ser eficaz, os produtores de conteúdo precisam acertar no tom e usar as várias estratégias da área para atingir os objetivos no tempo e na plataforma desejados pela empresa. É um desafio e tanto!